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O Jogo de Búzios

Ifá

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Ifá é o deus do destino pessoal de cada ser humano, é o Oráculo, o sistema divinatório constituído de diversos métodos. Os mais conhecidos são o Opele, o Ikin e o Erindilogun ou jogo de Búzios - composto por 16 búzios (isto é, dezesseis mais um). Orunmilá é uma divindade, e Ifá é o sistema onde esta divindade se manifesta. Não há Ifá sem Orunmilá e nem Orunmilá sem Ifá, pois os dois conceitos são tão intimamente relacionados que muitas vezes referimo-nos a Orunmilá como Ifá e vice-versa.

 E quem seria Orunmilá? Trata-se da divindade da sabedoria e do conhecimento, responsável pela transmissão das orientações dos deuses e de nossos ancestrais, de maneira a permitir a cada ser humano a possibilidade de uma escolha acertada para dias melhores, alcançando com certeza dias felizes e mais prósperos, permitindo que o ser humano reencontre seu destino e até mesmo mude-o conforme o livre-arbítrio assegurado a cada um.

   Orunmilá é classificado como a Testemunha do Destino e da Criação, é o segundo após Olodumare, é aquele que estava presente, quando a Vida, o Mundo, o Homem foram criados. Orunmilá é aquele que tudo vê e que tudo sabe, não há nada que tenha sido criado ou que virá a ser criado que Orunmilá não saiba antes, ele conhece a vida e conhece a morte, portanto conhece a existência o antes e o depois, por isso ele pode nos ajudar.

    No jogo de Búzios, o Ifá e os orixás comunicam-se por meio de conchas vindas do misterioso e imenso mar, das águas que percorrem todo o mundo trazendo consigo os segredos nelas contidas oriundas dos rios, das chuvas, dos orvalhos do céu e das entranhas da terra e a energia de tudo que existe.

    O jogo de Búzios é uma prerrogativa de Babalaorixás e Yalorixás, que são pessoas iniciadas no culto afro que estudam por no mínimo sete anos para que possam receber este direito. Além disso, elas precisam também estar cientes da predisposição para cuidar de forma respeitosa e amorosa dos orixás, bem como dos seus filhos de santo.

     Durante estes sete anos, o Yao (filho de santo iniciado) adquire grande conhecimento e experiência no tocante à religião afro para que possa jogar Búzios a uma pessoa, além de ser necessário muito conhecimento dos mitos, quizilas (tabus) dos orixás e suas características. Para se jogar Búzios, é necessário conhecer também centenas de fórmulas, rituais (receitas de ebós) e ervas para as diferentes indicações necessárias apontadas por Ifá e pelos orixás que são capazes de solucionar os problemas.

    Para o Babalaorixá ou Yalorixá ter um jogo de Búzios dentro dos preceitos aos orixás, é necessário sacralizá-los, energizá-los, através de uma cerimônia específica, chamada "dar de comer aos búzios", e que implica em diversas oferendas, tais como: ervas específicas, a união do mineral, e não poderia deixar de ter muitas orações a Ifá Orunmilá. Apenas os búzios que passam por esta cerimônia são aceitos como interlocutores dos orixás e de Ifá.

    O jogo de Búzios e a visão do Babalaorixá ou Yalorixá estão diretamente ligados ao axé equilibrado e pleno e a sensibilidade e atitude correta de cada um ao longo dos anos de dedicação a este oráculo aos orixás dentro da religião afro. É seu axé, sua intuição e, principalmente, seu conhecimento dos múltiplos mitos que permitem interpretar as quedas dos búzios.

   São vários os métodos do jogo de Búzios que podem ser utilizados, no caso do jogo por Odus (que tratam dos destinos pessoais), é preciso conhecer as longas composições de Ifá, que estabelecem o contexto representado por cada queda. Basicamente, o jogo de Búzios é feito mais um, considerando-se entre os 16 búzios  a leitura dos que caem abertos e os que caem fechados.

    Jogar os Búzios nada mais é que conversar com Ifá Orunmilá e os orixás. Para isso, é preciso que os caminhos entre o Ayê (terra) e Orum (mundo dos orixás) estejam em comunicação. Portanto, para que este caminho possa ser percorrido podemos ver no mito de Exu, que este precisa ser chamado, pois ele é o movimento, a ação, a comunicação, também conhecido como ojixé ebó ("aquele que leva todas as oferendas") ou até mesmo Exu Ihoin daa pupo "exu transportador de notícias boas". É necessário, ainda, fazer uma oração saudando os orixás e os antepassados de quem se herdou o jogo, pois foram eles que transmitiram o conhecimento de geração para geração, e o conhecimento é axé, é o que nos permite colocá-los em prática no presente.

    Na grande maioria das casas, o jogo é feito numa peneira ou sobre uma toalha onde se colocam brajás que são grossos colares de contas, feitos em gomos, que representam a senioridade, no candomblé,  em forma de círculo, que circunscreve o campo de jogo, outros podem lançar os Búzios tanto em cima do Opon Ifá, uma espécie de bandeja redonda, feita de madeira, representativa de Ifá-Orunmilá, como em cima de um tabuleiro coberto com um pano de cor branca. A forma arredondada tanto da peneira como da bandeja de madeira é importante também porque, o círculo, constitui uma representação plena de Orum/Aye (céu e terra, respectivamente) que serve como orientação para as interpretações feitas pelos Babalaorixás e Yalorixás.

    Para que o Babalaorixá ou Yalorixá possa desvendar os caminhos de sua vida e ajudá-lo é necessário saber como está o seu anjo da guarda, seu mentor, seu protetor, que nada mais é do que seu orixá, sua força, seu Deus interior.

    Para que você possa saber como estão os seus caminhos e o que pode ser feito para melhorá-los, marque uma consulta com o Pai Alexandre de Omolu.

  Cel:      (011) 96916-4049       e-mail: ileaseobaenitiaiye@gmail.com

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